segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A SALA DO MILAGRE

Você já passou por uma situação em que viu ruírem todos os seus sonhos, sem ter nem como juntar os cacos espatifados pelo chão? Ou já passou por uma dor tão grande como nunca supôs ser capaz de suportar? Já se sentiu desamparado, doente, triste, ficando tão desanimado a ponto de nem querer sair do lugar?

 Passei recentemente (não muito recentemente, pois este texto é antigo) por uma situação que se encaixa nessas frustrações que caem sobre nossa vida sem aviso prévio... Comprei passagens (ida e volta!) para ir a São Paulo, pois tinha planos, sonhos, intenções... tudo engatilhado... Aniversário de um filho; casamento de uma menina amada como filha, gente muitíssimo especial; aniversário de um neto e um encontro com meu pai, que tem 92 anos (tinha...), a quem tenho (tinha...) poucas oportunidades de ver por causa da distância. 

Tenho escrito bastante e então selecionei quase trinta textos, fiz várias cópias; queria deixar com alguns amigos, para que avaliassem, pensando até em publicar, quem sabe... Eu teria também um ministério em Curitiba no começo de setembro...

 Mas... havia um tapetinho de crochê, bonitinho, fofinho... no meio do caminho... Engastalhei naquele tapete o saltinho do sapato, perdi o equilíbrio e bati com força o braço na quina do fogão, que também estava no meio do caminho... Caí e me vi estendida no chão. Olhei para a minha mão largada ali e era como se fosse a de outra pessoa: não a sentia. 

Havia quebrado o braço. Pendi a cabeça, apoiando-a devagar no chão, esperando ser acudida. Havia muitas pessoas na casa: uma festa de aniversário de crianças. Quando pendi a cabeça, pensaram que eu havia desmaiado. Não. Com aquele gesto também penderam os sonhos, os planos: eu vi tudo se espatifar... Resultado: sete semanas de gesso e uma infinidade de fisioterapias depois... porque osso de velhinha é difícil de soldar... Proibido rir de mim!...

 Qual é nossa atitude quando somos frustrados, impedidos, parados pelas circunstâncias? Para quem dirigimos o nosso olhar? Quais palavras usamos? A quem escutamos?

 LEIA LUCAS 8: 40-56

 Este é um texto muito rico. Vemos aqui um grande movimento de pessoas – multidões ao redor de Jesus, apertavam-no, oprimiam-no. A multidão o recebera com alegria: estava à espera dele. Duas pessoas, porém, são destacadas dessa multidão: uma mulher sem nome, cansada de lutar com uma enfermidade, e um homem importante, chefe da sinagoga, que tinha uma filha que estava morrendo. 

Cada um, a seu tempo, olha para Jesus, em seu desespero, e se prostra a Seus pés, sem se importar com a multidão. Jairo, o chefe da Sinagoga, chega primeiro, suplica, e Jesus segue com ele. Mas as multidões O apertam; parece que aumentou o número de pessoas. E Ele é interrompido em Seu trajeto pela mulher, que em seu desespero fura aquela parede humana, crendo que, se apenas tocar em Suas vestes, será curada. Ela toca nEle e tudo pára! 

A multidão pára, Jairo pára! Jesus pára para saber quem O tocara. Houve cura, libertação! Jesus sente que saiu poder dEle por causa de um simples toque. A fé era muito grande. E ela se apresenta, já liberta, e se prostra, sem se importar com a multidão. Ali está o Senhor Jesus; e ela já não pode se ocultar. Dá-se a conhecer, expondo-se. E ouve de Jesus: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz”.

Quando Jesus despedia em paz aquela mulher, chega alguém e diz a Jairo: “Tua filha já está morta! Não incomodes mais o Mestre”. Ah! Portadores de notícias! Nosso mundo está cheio deles. Mas Jesus está ali ao lado de Jairo e lhe diz: - “Não temas, crê somente, e ela será salva”.

A multidão ali na casa chorava e pranteava. E quando Jesus diz que a menina não está morta, todos riem. A mesma multidão que chora, ri. Multidão incrédula. Jesus então entra na casa de Jairo, mas não permite que ninguém entre com Ele, a não ser Pedro, Tiago e João e os pais da menina. A multidão incrédula fica do lado de fora. Somente cinco pessoas são convidadas a estar ali na Sala do Milagre.

 Somente os que podem crer são chamados a essa intimidade. Ele só chamou, só permitiu entrar os que podiam crer, para diante deles realizar o milagre.

 Para encontrar Jesus e obter o milagre que procuro, preciso sair da multidão (mesmo estando no meio dela) e olhar para Ele tão-somente. E ali naquele lugar de encontro estarmos Ele e eu, e não me importar com a multidão...

 Diante de tudo isso que acabamos de considerar, diante dessas duas manifestações do poder de Jesus, temos algumas coisas a considerar, algumas perguntas a fazer:

 1) Para onde dirigir o meu olhar, o seu olhar, na hora da dor, do desespero, do vazio? Para Ele? Qual é a nossa atitude no meio das multidões que oprimem, que nos impedem? Temos a coragem de fazer tudo parar só por um toque nEle? Somos capazes de nos expor?

 2) Que palavras usamos diante de circunstâncias contrárias? Palavras de maldição? De desânimo? De falsas promessas? De mentira? Ou de encorajamento, de alento, de esperança? Que tipo de portadores de notícias somos?

 3) A quem escutamos em nosso desespero? A uma multidão que desencoraja? Ou a Jesus que diz a despeito de qualquer circunstância: - “Não temas, crê somente e... haverá salvação?”
4) Que atitude tomamos? A mesma multidão que chora e se descabela, ri, zombando, incrédula. Como fica o nosso coração diante de situações impossíveis?

 5) Você seria também chamado à Sala do Milagre se estivesse ali?

 Faça essas perguntas a si mesmo (a) agora, sendo bem sincero (a) ao responder.

 Jesus quer levá-lo (a) à Sala do Milagre, quer estar com você ali, quer trazer vida ao que está morto, quer curar o que está ferido, quer restaurar o que está danificado pelo pecado.

 Que possamos ser chamados por Ele à Sala do Milagre, sempre!

Fonte: Beatriz Gotardelo Fraga Moreira – via facebook

A Autora foi minha contemporânea na mocidade em Juiz de Fora, ela na Igreja Presbiteriana e eu na Igreja Metodista.

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