domingo, 16 de fevereiro de 2014

Fui ofendido!


Já ouvi de gente muito boa: você foi ofendido, ofenda! Apanhou na rua, bata também; é o nefasto retorno do olho por olho, dente por dente, mão por mão, perna por perna, desamor por desamor, ódio por ódio, injustiça por injustiça, a lei do talião [retaliação vem de talio], vingança com as próprias mãos.

A humanidade se desumanizando é um forte retrocesso aos costumes e às legislações passadas, à lei do talião que exigia “olho por olho, dente por dente”, quando, a partir do Senhor Jesus, as coisas mudaram. 

Disse ele: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5 44), tendo dito antes “se alguém te bater em uma face, dá-lhe a outra também, se alguém pedir que andes uma légua, ande com ele duas, se alguém lhe pedir a túnica, dá-lhe, também a capa” (Mt 5  38-42 ).

No mesmo contexto, no Sermão do Monte, o Senhor Jesus diz: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta [não necessariamente financeira, mas de vida, de serviço], ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando faze a tua oferta” (Mt 5 23-24).

Nesse momento Ele alertou para que essa reconciliação seja feita com urgência, antes que chegue a lei, o juiz, o oficial de justiça e o prenda, de onde não poderá sair, enquanto não pagar o último centavo (v. 25-26).

Parafraseando o Senhor Jesus, e trazendo a situação para os dias de hoje, “pré-data do fim,” a situação poderia ser colocada em outros termos, qual seja, antes que o Senhor Jesus retorne para levar os seus [arrebatamento], encontrando-os nos ares, entre nuvens (I Ts 4 17), reconcilie-se com o próximo [parente ou não].

Se essa reconciliação não tiver ocorrido, por certo, os seus protagonistas serão deixados para trás, conforme o Senhor Jesus afirma na parábola das dez virgens; cinco delas, prudentes, foram encontradas com óleo nas botijas, e adentraram à festa, mas cinco delas, néscias, não tinham o óleo em quantidade necessária, e ao chegar o noivo, à meia-noite, fechou a porta e as deixou para trás, dizendo não conhecê-las (Mt 25 1-13). 

A humanidade se desumaniza, afirmei no início, e é essa a nossa situação hodiernamente, pois tivemos em duas semanas casos de pessoas que furtaram algo: um adolescente foi desnudado, açoitado e amarrado a um poste por um cadeado de bicicleta, isso no Estado do Rio. 

Poucos dias depois, em Santa Catarina, um adulto também furtou algo, e, espancado pela multidão, também foi amarrado a um poste; foram dois “quase linchamentos”, o retorno do talião: olho por olho, dente por dente, que o Senhor Jesus já revogara.

A vingança com as próprias mãos, o revide, a retaliação, a chacina, já desautorizados pelo Senhor Jesus, foram oficializados pelo Código de Hamurabi, no século 18 antes de Cristo, ou seja, há quase 3.800 anos, determinando o olho por olho, dente por dente, o que, praticamente está retornando com esses dois exemplos acima citados, que não são casos isolados.

É o retorno do desamor (Mt 24 12), é o desrespeito à Palavra de Deus, a qual outorgou princípios que trouxeram muita civilidade, muita ética, bem como implantaram bons procedimentos de cidadania nas relações humanas, conforme acima citados. 

A humanidade, que já zomba da Sagrada Escritura, volta às cavernas, traz de volta [des] princípios que o mundo ocidental todo abandonou, rejeitou em suas legislações constitucionais, códigos civis e penais, com excelentes resultados, retorno esse que deve ser prontamente desbaratado, desmobilizado, e esse é um dever nosso, como cristãos.

Nós, os cristãos, temos o dever de ensinar, pregar e testemunhar o que o Senhor Jesus ensinou, e, entre esses ensinamentos, está o que os editores da Palavra Sagrada chamam de “Oração dominical”, quando na verdade o “domus” leva-nos a tratar essa oração, do Pai Nosso, como “Oração do Senhor.”

Ele ensinou, na oração, “e perdoa-nos as nossas dívidas, ASSIM COMO nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt. 6  12), tendo Ele reiterado após o texto da oração: 

Porque, SE perdoardes aos homens, também vosso Pai celeste vos perdoará; SE, porém, NÃO perdoardes aos homens [as suas ofensas], TAMPOUCO VOSSO PAI  VOS PERDOARÁ AS VOSSAS OFENSAS” (Mt 6 14-15).

Já estamos vivendo dias difíceis, nação contra nação, povo contra povo, filhos contra pais, pais contra filhos; é o abandono de Deus, é o desprezo pela Bíblia, Palavra Santa do nosso Deus e Pai, é o princípio da apostasia [negação da fé], um dos procedimentos que antecedem os dias do fim, que o Senhor Jesus chamou de “princípio das dores” (Mt 24 8).

No mesmo contexto aconselha Ele: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24 43).

É tempo de vigília, é tempo de oração, é tempo de acordar do sono espiritual, é tempo de ação para alcançar aqueles que ainda estão fora da família de Deus (Jo 1. 12-13), pois o Pai não quer que nenhum pereça (Mt 18  14).

Simples assim.

Edmar Torres Alves - editor

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